Sou uma guaina missoneira Misto de selva e de pampa Que acorda anjos musiqueiros Com sapucai quando canta Carrego as missões nos dedos E o rio grande na garganta Ponteio a guitarra e toco Esquilo ovelha e carneio Se não tiver domador Me apresento e gineteio Pelo rio grande e as missões Se for preciso peleio Cada vez que canto viajo Pra um tempo em que eu não vivi Voltei da taba da história Aonde um dia eu nasci Fruto de um avô gaúcho e de uma avó guarani Fruto de um avô gaúcho e de uma avó guarani Sou galandria dos sete povos Que até são sepé campeiro Quando me escuta no céu Mateando ao pé do braseiro Espanta as penas que tem Com um sapucai missioneiro Por isso é que cantar assim Esta guaina missioneira Mescla de gaúcha índia A velha estirpe e guerreira Que tingiu a terra de sangue Pra me deixarem de herdeira Cada vez que canto viajo Pra um tempo em que não vivi Voltei da taba da história Aonde um dia nasci Fruto de um avô gaúcho e de uma avó guarani Fruto de um avô gaúcho e de uma avó guarani Esta é a guaina missioneira Misto de estrela e de santa Que acorda os duendes musiqueiros Com um sapucai quando canta Carrega as missões na alma E o rio grande na garganta Cada vez que canto viajo Pra um tempo em que eu não vivi Ouço o meu avô gaúcho E a minha avó guarani Voltei da taba da história Com o nome de Anahy