O vento já sabe o tanto que eu me expus O quanto nesse asfalto arrastei minha cruz As flores desse solo barram-me a vista Mas levei a contramão no caminho da luz O abismo me cuspiu pra fora de sua matriz Quando eu escrevi graciosas palavras com giz Do verde pro amarelo Das luzes que aqui se dissipam Eu guardo a lembrança De todos que aqui habitam Na mão levo o fogo que queima o medo Num rio de desgosto em que tremo No peito a saudade em que me vejo Longe do céu olhando pro chão