Me escondo atrás das palavras E me contorço pra caber no molde Que criou pra mim Eu já não sei mais traduzir O que diz o servo que mora Atrás da máscara E eu espanto com garras sujas Um mochileiro que trás consigo O sabor de ser Num olhar inocente e puro Verdadeiramente ser Por que é tão difícil Esquecer o que eu perdi? Minha alma é feita De paredes de barro E o seu sangue se condensa E chove sobre mim Abrindo um buraco Pela qual espia um olhar Que me corta E escapa um vento que uiva No pé do meu ouvido Aquilo que custei Pra esquecer Me lembra que sou pilar Daquilo que cativei E não sou nada Daquilo que me cativa Eu não sou nada Por que é tão difícil Competir com uma lembrança?