Olhe pro povo sofrido E diga que falta lutar Diga àqueles que choram Que um dia o consolo virá Olhe pra vida da gente Lhes diga que falta sonhar Diga aos condenados da terra Que suas mentiras eles hão de herdar Olhe pros olhos carentes E diga que falta amar Olhe pro corpo caído E diga que é só levantar Olhe pro corpo faminto E diga que deve esperar Olhe pros restos na estante E lhes diga que é só acreditar Nos diga quase sempre e sempre mais Que as palavras repetidas hão de nos salvar Nos diga mais uma vez para nunca mais Que as tristezas e as tragédias virão pra limpar Todos os sonhos perdidos Vendidos todos tão baratos Todo suor escorrido Nem compra o descanso sagrado Todo sangue derramado Um dia eles hão de pagar Todo olhar suplicante Quer não mais implorar Diga aos fiéis ajoelhados Que ninguém virá lhes salvar