A casa não é casa A rua não é rua Os dias não são dias E eu não te reconheço A casa não é casa Você é uma ilha Que emerge eternamente Sob um sol incandescente A casa não é casa A vida é uma estrada Que bifurca em desencontros E eternos recomeços E as ruínas que compõem nossa rotina E o passado não nos deixa esquecer Não importa quantos prédios caiam Não importa quantos bairros morram As flores na janela não estão nem aí A vida não é mais, não E o silencio entre nós em vão É o voo e então a queda É a manhã então a névoa Eterna insegurança As vidas esquecidas O vulto da esperança Que parte em despedida E as ruínas que compõe nossa rotina E o passado não nos deixa esquecer Não importa quantos prédios caiam Não importa quantos bairros morram As flores na janela não estão nem aí Não importa quantos prédios caiam Não importa quantos bairros morram As flores entre as pedras cedo ou tarde vão surgir