Ouviram do Ipiranga às margens secas Da crise hídrica em São Paulo De um povo heroico sinas de cansaço Panelaço, quatro milhões passando fome E o Sol da liberdade dos acusados da Lava Jato Não brilhou do céu de DG a Amarildo E outros tantos sem nome Se o penhor dessa desigualdade Social e econômica Conseguimos abafar com braço forte Em teu seio, a arma apontada Pro menor sem sorte Desafia o nosso senso de humanidade Aprovamos a redução da maioridade Jogando nossos filhos à própria morte Ó pátria armada! Esculachada! Abandonada! Brasil, um sonho intenso Despertado por uma bala perdida De amor e de esperança De machismo, racismo Homofobia e intolerância Tomamos de sete a um Se em teu formoso céu Anuncia o fogueteiro na chegada da polícia A manchete do massacre Na capa do Meia Hora resplandece Gigante pela própria natureza És belo, és forte e és estuprador E o teu futuro espelha essa violência Terra loteada Entre outras mil És tu, Brasil! Ó pátria roubada! Das etnias indígenas Pela ruralista bancada Dos filhos deste solo és mãe pobre Negra, solteira e gentil Pátria superfaturada Abortada, na parada gay espancada Brasil!