Quando havia a cerejeira Minha mão ainda crescia Eu colhia as cerejas E comia quantas queria Quando havia a cerejeira Com o tronco velho e torto Eu dormia nessa sombra Abrigada nesse porto Quando havia a cerejeira Era o tempo que esperava Que eu enchesse a barriga Ao calor, que Deus o dava! Nesses anos das cerejas Eu vivia como elas Não contava os meus dias Só contava as estrelas Essa copa já não está Nem a sombra qu’ela deu Olho para a minha mão E ela também cresceu Mas a cor dessas cerejas Está tão viva ainda, em mim Como se as colhesse ontem Numa alegria sem fim Nesses anos das cerejas Eu vivia como elas Não contava os meus dias Só contava as estrelas