Dois guitarreros de ofício Ferrados de suas guitarras Sejam ganhando a vida Ou então somente por farra Qualquer galpão vira palco E nunca falta plateia Que comentam espantados São dois loco das ideia A base tem seus mistérios E o solo seus segredos Seis cordas bem afinadas Dando trabalho pra os dedos Quando duelam guitarreiros Por resto se para quieto As vezes da impressão Que vai desabar o teto Cada um com seu estilo Mas nunca falta pegada A prima choramingando O bordão é uma trovoada Pra quem ouve bem de longe E só escuta o barulho Parece m pega de potros No meio do pedregulho Um duelo de guitarreiros Não tem sangue nem cartucho As armas são a guitarra Num compasso bem gaúcho Não pode faltar é garra Mesclada com emoção Entre acordes e ponteios Dê-lhe milonga e violão E assim vão improvisando E brincando com as notas Um vai ringindo os dentes E o outro batendo a bota Não se afrouxa no repecho Muito menos no lançante É tipo estouro de tropa Que leva tudo por diante As guitarras se toreando Num baita dum milongão Sobra caras e caretas E não falta inspiração Tem que conhecer a volta Pra não perder o embalo Pra alma uma maravilha Pros ouvidos um regalo