Nas curvas da praia Vejo o sol No ar, no mar, no céu Enchendo de brilho branco A espuma E o vento Vadeia coqueiral A areia, a pedra, o mato A concha E o bico da jandaia Coça a pluma E nessa solidão Que tenta e tange O cinza chumbo A sombra a chuva Rasgo o céu E pego o azul com a mão Espalho nas telas Melo o rosto Tinjo o peito A seda a juta Tecendo um tapete De emoção Guarda teu segredo Coração cansado Que teus olhos embaçados Já não podem ver Como é negra e sangue A saga desse sina E tu morres de vontade De querer viver No vácuo do universo Sinto seu pulsar De estrela Aguda em flama Como um estilete Agudo é pura luz E volto a te encontrar No vago do meu verso O espaço é aberto E eu vejo Que o bico da jandaia Coça a pluma Perdido nesse vício De lhe ver em tudo O espaço agudo canta A nova solidão E eu solto um grito Forte como um canto Nas alturas Volta o eco e rasga O resto da emoção.