Aquele moço de alma boa e muita crença Era cego de nascença, tinha um sonho de enxergar Com trinta anos já era considerado Um dos bons advogados que havia no lugar Mas o seu sonho não lhe saía da mente Queria ver sua gente, as obras do Criador Sonhava ver as paisagens coloridas E a sua esposa querida por quem tinha um grande amor Para o seu sonho se tornar realidade Deixou a sua cidade, viajou pra capital Feliz da vida ele seguia confiante Pois faria seu transplante num famoso hospital E a cirurgia teve tão grande sucesso Que marcaram seu regresso bem antes da previsão Chegando em casa quis dar a bela surpresa Mas recebeu com tristeza a maior decepção Abrindo a porta viu sua mulher amada Seminua e abraçada com o seu melhor amigo Por um momento reparou seus lindos braços Mas caindo no fracasso compreendeu que era castigo E soluçando comentava muito aflito Esses olhos são malditos, pois são contra os sonhos meus Quando era cego tinha paz, amor e calma Pois com os olhos da alma eu só via o que é de Deus