O amor quando dói Doi doi doi doi Dói no peito Sufoca garganta E se pega na dança do viver Não precisa de dor Te acalma o juízo Ser mãe é padecer no paraíso Quer coisa mais clichê Do que fazer nascer Maternar e sorrir Mas é também sofrer Toda noite eu sigo Embalando a noite Dorme meu menino Meu menino tem os olhos dos meus ancestrais No tempo do vento Com a espada da paz O fruto do fruto Do não sei o que Tudo era tão pouco Que nem dava pra ver Na saída do ventre Foi puro poder Cabeça de oya Ventre de oxum Em plena terça-feira Canta para ogum Nasceu, nasceu, nasceu Engraçado, agora Meu olho vê A beleza dentro desses novos olhos Criança feita, olha pra você Me sinto viva renovada em pódio Comemoro como um troféu O maior deles trazido dos céus Do orun, escolhida a dedo Eu me sinto a mulher mais sortuda Abençoada aos olhos de oxum E quem me guia nessa nova vida Que eu tenha o colo tão gostoso E a fala sabia de nana Mas não mexam com o meu menino Pois minha cabeça quem rege e iansã Hoje vejo o que sinto exagero de amor Sai pelos meus poros Tô em paz nessa vida, missão já cumprida Pelos meus eu guerreio sem ódio Toda criança precisa crescer Rodeada de amor nos olhos Um erezinho chegado na terra Tem que ensinar tudo que faz, é óbvio Não quero morrer pra ver você crescer A vontade que eu tinha morreu Quando te vi nascer a partir da vida minha Deitado em meu colo enquanto escrevo Me lembra sempre que o que faço é nosso Até meu corpo que nasceu pro mundo Agora gira entre nossos olhos Deitado em meu colo enquanto escrevo Me lembra sempre o que tenho nos olhos Até meu corpo que nasceu pro mundo Agora gira entre os filhos nosso Cabeça de oya Ventre de oxum Em plena terça-feira Canta para ogum Nasceu, nasceu, nasceu