Amanda Reznor

Caixa de Vento

Amanda Reznor


Não tenho um alvo ao certo,
sei que quase sempre erro
meu maior inimigo
é quase sempre o amor

E se me desespero
é por saber que o que eu quero
é mais impossível
do que dominar a dor

Se acaso souber
de algum lugar qualquer
Um bom abrigo
Quatro paredes, teto e chão!

Só me diga onde é,
num inferno, até!
Mas sem o perigo
de se tornar outra prisão...

Será que você
já tentou dormir
sentindo que
que não é bem-vindo aqui

Será que ou seu pai
ou sua mãe te condenaram
somente por existir?

Não posse nem ouvir
alguém mais repetir
que estou falida,
que eu não tenho solução

Já cansei de sentir
o meu mundo ruir
e o peso
de se abraçar na traição

Pesar que não se acaba
Mão que me ata,
que me afaga,
que me mata

Razão que não se acha
Ironia nata
que me ataca
e desarma

Onde que se escondeu
parte do que é meu
minha verdade,
consciência e vontade?

Onde que se perdeu
parte justa de um eu
a liberdade,
e honra, e a vergonha

Quem sou eu?