Se algum dia eu lhe dissesse Que odeio o jeito como você olha para mim Se algum dia eu lhe partisse ao meio, Meu peito me daria um sossego, enfim? Você finge que eu não existo Mas impossível não ver que eu sinto um misto De prazer almiscarado com vergonha por provar de um amor que fica preso à minha fronha... Pois todo dia é em vão que eu tento abandonar os sonhos nesses meus confins... E todo dia eu banco o grande tolo imaginando você proferir um "sim" Não sei, me parece esquisito, estou dentro de um mito, miserável e aflito! Você é a deusa que provoca esses gritos sufocando o desespero emudecido em meu espírito... Vamos ver quem vai se dar mal ao fim da história, aposto que é você! Mesmo que eu fique assim, todo arrasado, à beira de um internato, é você quem vai perder! Pois eu nem sou tão exigente Mas faria qualquer coisa Pra deixá-la mais contente E eu nunca estaria ausente Largaria até mesmo os compromissos Mais urgentes... Chega, eu me sinto numa prisão: Me liberta! Não agüento essa solidão, vai amor, Me liberta! Me liberta... Me liberta... Eu queria lhe dar um banho quente, Mergulhar seu corpo ardente Até senti-lo dormente Mostraria como eu sou diferente E como sou bem mais decente Que qualquer um dos presentes... Chega, eu me sinto numa prisão... Não agüento essa solidão, vai amor... Me liberta! Me liberta... Me liberta... Me liberta...