Hoje foi um dia em que eu não existi, Meus passos não marcaram o chão, Minhas palavras não marcaram pessoas, Meu sangue não alimentou meu coração. Narciso, que vieste me dar a mão deixaste-me escapar, Hoje não possuo ego, não tenho mistério, Todos sabem até onde eu vou, Vou para qualquer lugar, aonde a tristeza e incapacidade imperam. Dor, ódio, indagação. Razão única de meu viver, Cultivar o sofrer, Pois o vivo deixei morrer, E agora não tenho mais você. Te quero em meus braços, Ao menos mais uma vez, Não lhe peço muito tempo, Quero que deite-se em meu peito, Enquanto irei deixar de respirar, Para que sufocado, a morte possa me levar. E pelo menos de um prazer poder gozar, De que antes de partir, Sua linda face pude observar.