Por noite dera truz-truz, bateram à minha porta: - Donde vens, ó minha alma? - Venho morta, quase morta! Já eu mal a conhecia de tão mudada que vinha, Trazia todas quebradas suas asas andorinhas. Mandei lhe fazer a ceia do melhor manjar que havia. - Donde vens, ó minha amada, que já mal te conhecia? Mas a minha alma, calada, olhava e não respondia. E nos seus formosos olhos, quantas tristezas havia. Mandei lhe fazer a cama, da melhor roupa que tinha: Por cima, damasco roxo; por baixo, cambraia fina. - Dorme, dorme, ó minha alma. Dorme para te embalar. A boca me está cantando, com vontade de chorar...