A Rita do Zé mora ali ao pé De uma aldeia que é perto de Caneças E quer ser yé-yé Mas o pai, o Zé Que não é, e que é de partir cabeças Diz para a Rita: Pensas que és bonita Mas corto-te a guita e corto-te-a já Vai para casa, vai lavar a loiça E ai de ti que eu oiça mais, lá-lá-lá-lá E a Rita vai, tem medo do pai Só quando ele sai, como ele não vê Despreza o conselho que o conselho é velho Em frente do espelho ensaia o yé-yé Quem terá razão nesta confusão Que há na união do Zé e da Rita E a ideia de tal moda faz andar à roda O juízo tão preciso lá na aldeia toda E a pobre Rita, que é pobre e bonita E que ouviu na fita música de agora Tem de calar a sua vocação Não canta a canção que ela quer e chora Nessa altura o Zé, quando assim a vê Não sabe porquê, nem o que fazer Pensa para si: Anda gato aqui Eu já percebi, coisas de mulher Cá fica a lição pra quem a aceitar Deixem a canção a quem a cantar