Mouraria garrida, muito presumida Muito requebrada Com seu todo galdério Seu ar de mistério De moura encantada É como um livro de novela Onde o amor é lume E o ciúme impera Ao abrir duma janela Parece o vulto Daquela Severa A marcha da Mouraria Tem o seu quê de bairrista Certos laivos de alegria É a mais boêmia É a mais fadista Anda toda encantada De saia engomada Blusinha de chita É franzina, pequena Gaiata, morena Cigana e bonita Tem a guitarra pra gemer Um amor sublime Que nunca atraiçoa Este bairro deve ser O lindo ou mais castiço Da velha Lisboa