Amado e Antônio

O Serrote

Amado e Antônio


Tom: C

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Eu já fui pobre, não passava de pixote,
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carpia as datas e também limpava os lote.
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Mas todo mundo só me dava o calote
                                C
E eu não via nem a cor dos bagarote.
     D7                    G
Desanimei, porque era molecote.
        F                G         C     G
Passei então a levar a vida de "serrote”.

 C                  C7           F
Filava bóia onde matavam os frangote,
           G                  C
Se tinha vinho, já bebia no corote.
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Falou em serviço? Eu saio logo de trote.
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Eu não trabalho nem debaixo de chicote.
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Eu não sou boi, não quero canga no cangote.
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Eu fui crescendo nessa vida de "serrote”.

 C                   C7         F
O meu conforto quero que vocês anote:
        G                     C
Minha mobília era feita de caixote.
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O meu colchão era o couro de um garrote,
                                   C
Onde eu sonhava só com ouro em lingote:
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Sonhando eu tinha dinheiro lá no malote,
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Quando acordava não passava de um "serrote”.

 C                      C7           F
Ia nos baile pra dançar Rancheira e Xote...
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Meninas lindas, vestidinho com decote:
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Nós rodopiava, ela mostrava o saiote,
                               C
A moça pobre eu deixava de fricote.
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O meu amor é dinheiro em pacote,
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Meninas pobre não tem papo pra "serrote”.

 C                      C7         F
Quem tá com sede chega devagar no pote.
         G                       C
A cobra arisca não pode errar o bote.
                                G
Eu me casei com a filha do Quinzote:
                                    C
A moça é rica, eu também entrei no dote.
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Estou agora vivendo de camarote.
          F           G         C
Fiz minha vida só na base do serrote.