É verdade matemática Que ninguém pode negar Que essa história de gramática Só serve é pra atrapaiar Ainda vem língua estrangeira Pra ajudar a compricar É mior nóis cabar com isso Pra nós todos poder falar Na Inglaterra eu vi dizer Que um pé de sapato é chu Sendo assim logo se vê Dois pés tem que ser chuchu Chuchu pra nóis é legume No duro, não é boato Os ingreis que lá se arrume Mas nóis num come sapato Na América corpo é bode Veja que bode vai dar Encontrei uma americana Louca pro bode entregar Fiquei meio atrapaiado E disse pra me safar Óia dona, eu não sou cabra Sai com esse bode pra lá Em Chile, cueca é dança Pra se cantar e bailar Lá se toca e baila cueca Asta la fiesta acabar Mas se acaso algum chileno Vier pro Brasil dançar Que tente mostrar a cueca Pra ver ondé que vai parar Na Itália eu vi dizer E não sei por que razão Que manteiga lá é burro Se passa burro no pão Desse jeito pra mim chega Viva nóis lá do sertão Onde manteiga é manteiga Nós não come burro, não Uma gravata esquisita Um certo franceis me deu Perguntei onde botar Ele então me arrespondeu Mas num gostei da resposta Isso é que não faço eu Seu franceis mal educado Ponha a gravata no seu Na Argentina ouvi dizer Que saco é paletó Lá se o gringo toma chuva Tem que pôr o saco no sor E se acaso o dito encóie A muié lhe diz a pior Tu saco está mui tiquito Vá arranjar um saco maior