Nos extremos, nos centros das grandes metrópoles Olham para o céu, conseguem enxergar O infinito e sabem o quão são capazes A dor do abandono, do álcool, das suras Não mais será o motivo para entregar-se ao mundo. A partir de agora subestimam quem escreveu seu destino, Acham que não merecem seu papel nesse jogo do capital e lutam agora por dignidade, Tomada nas ruas enquanto ainda engatinhavam, O alicerce já está construído, Virou homem com sete anos de idade. Pois o que a perversidade do mundo os tirou Agora será cobrado e de uma forma mais justa Suas cicatrizes, lágrimas, desgostos Pela primeira vez viram sonhos Mas sabendo o quanto dos seus ainda se encontram Naquela situação seus sonhos não irão virar conformismo Agora os anjos se erguem Lágrimas escorrem dos céus A humanidade se fortalece Opressor não se alimentará Olhos pequenos não mais enxergarão A feição perversa do mundo O frio das ruas não tem mais o consolo da cola E sim do sangue quente que corta suas veias com muita disposição Para a transformação social, tentam permanecer No mundo que não pediram para vir E que por muito tempo não quiseram estar No momento em que os anjos se erguem, eles nos mostram o quanto ainda somos fortes Marcas em seu corpo, desonestidade de um mundo injusto Eram inocentes sem consciência de bem ou mal Só a feição maligna agora foi mostrada a sua singela face Agora os anjos se erguem, lágrimas escorrem dos céus, a humanidade se fortalece.