Do fundo infinito Do meu coração maldito Grito pros teus olhos Paralíticos Que já não me querem enxergar O amor desafiando o tráfego Atravessando a avenida Em estado mais que crítico Andando por aí a desandar Driblando os bêbados As mulheres bem casadas, maquiladas e carentes Os cretinos e os crentes Construções feitas de ferro Flores que não vão desabrochar Não! Talvez desabrochem Do fundo esquisito Desse meu coração de mosquito Cito a poesia de Dalcidio Desembrulho - te um sorriso E castigo o teu silêncio Mastigando o suicídio Da paixão Como um chiclete já sem gosto Que se prega em qualquer móvel torto do recinto O amor vai se jogar Do décimo quinto andar Do Manoel Pinto