Eu tenho saído de casa todo dia Eu tenho uma casa, então não reclamo Eu tenho uma hora por dia Eu tenho matado meu tempo de modo cruel Eu tenho vontade eu vou dar com a língua nos dentes, mas... Eu tenho amor guardado com uma chave só Eu tenho certeza Eu temo nem sete fariam melhor Eu tenho tentado causar um problema Pois tenho a mim mesmo e às vezes me basta Pode parecer avareza ou soberba pecado qualquer que queira Pode condenar esse homem que deixa a fraqueza surgir Pode ser um caso de estudo Pode ser em tese um fracasso Pode ler minha mão Pode ver que a linha é a dobra do gesto que tenta agarrar o destino Pode ver que estive perdido mas sempre no mesmo lugar E quem vai colar o rosto no meu pra saber se ainda suspiro essa vida se ainda suspeito que tenho o direito de ser esse antônimo anônimo eu? Quem vai saber se o tempo não pára quando escrevo uma canção muitos dirão que estou louco acredito que são Quem vai saber se o tempo não pára quando escrevo uma canção muitos dirão que estou louco acredito que são Eu tenho pensado na morte todo dia Eu tenho uma hora, e como eu a amo Eu tenho uma vida por dia Eu tenho arrastado a sua corrente pra me libertar Eu tenho bastante ar nesse peito mas não vou gritar Pode parecer penitência, um castigo uma droga qualquer, me deixa Pode imaginar o esforço de um pé ante outro, o concreto que é? E quem vai colar o rosto no meu pra saber se ainda suspiro essa vida se ainda suspeito que tenho o direito de ser esse antônimo anônimo eu? Quem vai saber se o tempo me espera enquanto encontro uma razão? Muitos dirão que já tenho acredito que não Quem vai saber se o universo não é só um poema em construção? Muitos procuram autores acredito que são