Allan Carvalho

Bailarina da Água Doce

Allan Carvalho


Bailarina da Água Doce

Dança comigo, bailarina da água doce
Como se fosse a derradeira madrugada
Te levaria pelo vão do rio estrada
Fazendo ver ao teu redor esse arraial

Do matagal, a tuas rezas curandeiras
És rezadeira, guardiã do Pacoval
Lugar de céu azul e Lua bem clarinha
E tu não sentes meu tambor a decifrar

A capelinha bate o sino, oh, catedral
Lembra de ti, ô, bailarina recordando
Desse lugar que é tua casa maresia
Raiando o dia eu estarei no ar poente

E tu não sentes meu tambor a decifrar
Lembra de ti, ô, bailarina recordando
Desse lugar que é tua casa maresia
Raiando o dia eu estarei no ar poente

E tu não sentes meu tambor a decifrar
Tuas pegadas, teus bailados da romana
Sei, tu és Ana, mãe das fontes cristalinas
Desde menina, teus desenhos são de Sol

Iluminando esse poema dançadeiro
Imaginei um voo teu, rasante assim
Pelas areias, pelas dunas e capins
Revendo e lendo cada som, palavra nova

Nesse jardim de cravo, lírio e violeta
Nesse jardim de cravo, lírio e violeta
Nesse jardim, ô, ô
Nesse jardim, ô, ô

Lembra de ti, ô, bailarina recordando
Desse lugar que é tua casa maresia
Raiando o dia eu estarei no ar poente
E tu não sentes meu tambor a decifrar
Lembra de ti, ô, bailarina recordando

Desse lugar que é tua casa maresia
Raiando o dia eu estarei no ar poente
E tu não sentes meu tambor a decifrar
E tu não sentes meu tambor a decifrar
E tu não sentes meu tambor