Extraordinário como as gotas de orvalho Em cima do calvário, em manhã fria e ensolarada Sereno da noite passada, neblina da madrugada Alvorada perfumada, maresia, flor e terra molhada A esperança de um novo dia Seguir com alegria, minha melhor companhia Com as palavras, sintonizo a sintonia Brilho nos olhos, harmonia e sinfonia Não desmereço e nem pago simpatia A verdade vem de quem menos se espera O velho se omite e a criança se revela Esse é resumo raso a rima exemplifico Revolução vogal eu do aula e te explico Pra rima classe a, de Alexandre uso o a Sou aprendiz e mestre, as vogais meu patuá Pega a cartilha, das letras ao bê-a-bá O salve salve, e aquele saravá Sou bicho solto, igualzinho o ratatá Olho pro mar adoyá, Iemanjá Se precisar, ta ligado pode pá Mas sem pesar, vai não me enche os pacová Sei o que quero, não estou a Deus dará Mas não sou santo, também tomo uns guaraná Pra amenizar, a alma não sucumbirá Meta é trampar, viver como um marajá Tudo que eu quero, certeza acontecerá Deixa rolar, o que tiver que ser será Fazer o bem, eu já disse é o que há Amo versar, a verdade aqui está Não me demoro, e rimo com letra e Com a sutileza, de um leve degradê Eu conto em canto, e não gosto de clichê Sei dos meus riscos, não preciso de dublê Pra mim é sério não igual, os bundalelê Valei-me meu pai, atotô obaluaê E pra Ogum deixo aqui, meu ogunhê Quando eu nasci começou, minha turnê Faço da vida toda, um grande ateliê Tem fuzuê, música e fumacê Não é recado, são os toques do alê Que nunca falte, para o mundo o jererê Já foi o tempo, de um coitado vossemecê Caminho aberto, obrigado laroiê Sou brasileiro, manjo dos paranauê Senado honesto, igual saci-pererê Você olha pra mim, e me diz não entendi Isso me tira o sono, acordei e nem dormi Mas nunca desanimo, não esqueço o que vi Ainda longe do fim, burro é cada um por si Preste atenção, vou mostrar com a letra I Sem sinhô e sinhá, tenho a força de zambi Criei problemas como onda tsunami Direto ao ponto porra, sem ficar de mimimi Abdiquei cacei bolei, tô sempre por aqui Desencanei zoei, experiência adquiri Plantei semente, família constitui Do que vivi, muita coisa eu aprendi Me impede longe de crack, e zé zumbi Sei o que é certo, esse é meu álibi Eu ministrei cheguei toquei, nunca me arrependi Sangue no olho, um descendente guarani Se liga não acabou, agora o é vez do o Nos toques do tambor, esse é meu complô Tocando o terror, eu vou que voo Voando baixo, o treze do seu tarô Verdades falo, diluindo sem caô O Brasil é levado, pelo o olho gigolô Bom carnaval, calor breja alalaô Bem mais fudido, que uma velha atriz pornô E aí saco? Demoro manjo morô? Negativismo, me afasta o mariô O arobô, ofereço pra xangô Martiniano, último babalaô Seu zé povinho, do povão é só um robô Sua moral, 3 por 1 do camelô Te uso chapo, chamou nem tô Mando o alô, avisei o moio moiô Terra das artes, cultura ganhei no Embu E centrão São Paulo, salve Anhangabaú Praia baixada, paraíso Guaraú Última vogal, vou versar com a letra u A vida eu chamei no grau, mas tive meus prejú De don Raul, eu herdei um lindo baú Mesmo na queda lado a lado, Oxossi e Exú Matando a fome a adoidado, ração é angu Tá pro governo carniça, dinheiro urubu Humanidade, sem depender da ONU Essa é a verdade, basta ver a olho nu Eu sei os pratos, não preciso de menu E sei dos fatos, cabeça de jerimu Não desafia, chamo pra você o samu Em claro e bom português, nheengatu Mas pra que entenda gringo e inglês, pau no cu fuck you!