Lá vem ela esnobando o requebrado aiô Na descida que enfeita o seu gingado aiê La em cima deixou o seu barraco aiô Seu palácio de zinco sem mobília aia Seu cantinho escondido pra sonhar Dor e sonhos que nem sabe explicar Esquecidos no longe do olhar Mas embora lhe falte tudo isso A menina parece ter feitiço E encanta quem vê seu balançar Quando chega lá embaixo ela é a princesa aiô E a cidade pergunta onde ela mora aiê Magestosa ela segue indiferente aiô E a resposta está no seu gingado aiê Seu legado africano e português Um pouquinho de índio e de francês Um mistério que a natureza fez Acontece que a sábia natureza Pôs nela um excesso de beleza Que faz todo o morro enlouquecer