Cheguei no primeiro assovio A Iara mandou me chamar Não vim pra perder desafio Nem sou de fugir, camará Sem medo é que eu ando no fio Da faca que quer me cortar Fui feito do mesmo feitio Do mestre que fez Mangangá Esquento qualquer sangue frio No aço do meu patuá Com um golpe de vento vadio Rebento corrente de ar Sou desconfiado e arredio Não durmo sem luz de luar Me deito no leito do rio Me cubro com a onda do mar Se o tempo fizer rodopio Na roda que eu vim, vou voltar Mas só quem riscou meu pavio É que tem poder de apagar