Cantei a flor e o jardim O amor sem fim cantei também E terno o luar na noite se encantou E esse chorinho soluçando dentro em mim Devagarinho, atrevidinho No meu peito se encostou Pediu-me um tema E eu não sabia o que cantar e então, surpreso Não vi o seu enlevo, fugi do seu olhar Mas esse chorinho suave, tão menino, de mansinho Se pôs a soluçar Eu já não sei mais o que fazer se ele persiste Querendo penetrar meu coração Vive todo o tempo a transtornar o meu sossego Contando-me segredos, sussurrando uma canção Sua melodia preencheu os meus ouvidos Tomou os meus sentidos, é um sol a clarear Nisso o tempo corre e as notas pelos poros me escorrem Qual nuvens a chorar, a gotejar Meu violão tirou o corpo bem depressa da questão Me disse que ele não podia me ajudar Pedi-lhe um tema, só me deu a harmonia A noite passa e chega o dia Sem eu ter a solução E esse choro continua a insistir cá no meu peito Estou até sem jeito, não sei o que pensar Sua cantoria se esparrama, se derrama qual carícia Na pele a me agitar Eu já não sei mais o que fazer se ele persiste Querendo penetrar meu coração Vive todo o tempo a transtornar o meu sossego Contando-me segredos, sussurrando uma canção Penso que é melhor achar um tema bem depressa Pra ver se escapo dessa, pra não desesperar Uma idéia aflora, quem sabe o vermelho dessa aurora Me venha iluminar