Para ver quanta fé perdida E quanta miséria sem par Há neste orbe, atroz ruím Pus-me à janela da vida E alonguei o meu olhar P´lo vasto Mundo sem fim. Vi dar aos ladrões valores E sentimentos perdidos Nas que passam por honradas Vi cinísmos vencedores Muitos heróis esquecidos E vaidades medalhadas Vi no torpor mais imundo Profundas crenças caíndo E maldições ascendendo Tudo vi neste Mundo Vi miseráveis subindo Homens honrados descendo Esse é rico, e não tem filhos Que os filhos não dão prazer A certa gente de bem Aquele tem duros trilhos Mas é capaz de morrer P´los filhinhos que tem Esta é rica em frases ledas Diz-se a mais casta donzela Mas a honra onde ela vai Aquela não veste sedas Mas os garotitos dela São filhos do mesmo pai Por isso afirmo com ciso Que p´ra na vida ter sorte Não basta a fé decidida P´ra ser feliz é preciso Ser canalha atá à morte Ou não pensar mais na vida.