Sou sereia quando canto Sou as aguas do dilúvio Cananéia Cheia e meia Portal dos mares vazantes Sou arco flecha sou barco Sou teu castelo de areia Sou corrente sou cadeia Da escuridão candeia Sou a taça onde o universo Se embriaga e incendeia Sou o útero da lua Sou garganta da baleia Sou começo e fim o fundo Onde soa a dor do mundo Sou da dor a panacéia Viagem nave galáxia Sou a filha da Medéia Das estrelas sou a teia Corro sangue em tuas veias Quando canto sou sereia Sou farol dos amadores Perdição dos pescadores Sou a voz que insiste forte Na vida onomatopéia Sou o coração que bate Junto com toda a platéia