Insistindo por dever E por achar que ainda não é tarde Não quer passar por covarde E o que te resta na vida É a cova medida Lá em cima, no alto do morro Resistindo por não ter Nenhuma outra alternativa Sentado no bico da ogiva O que te resta na vida É olhar a comida Na televisão de cachorro Assistindo sem prazer Outra novela igual à de antes De um outro falso Cervantes O que te resta na vida É a capa puída E a máscara velha do zorro Persistindo por saber Que Deus ajuda sempre quem trabalha Se bem que às vezes atrapalha O que te resta na vida É beber formicida Humilde, levando outro esporro Desistindo de morrer Pra não ter que trocar de inferno E nem comprar outro terno O que te resta na vida É correr pra saída Gritando, pedindo socorro