Perceberá, ao frio, a falta que faz uma blusa E uma caneta, à urgência do recado; As provas, no exato instante em que acusa; O carimbo e a assinatura no atestado. Padecerá, feito um poeta sem a musa E um terrorista sem a bomba, no atentado; Um cliente sem saber se é quilo ou dúzia Um cassino sem roleta, carta e dado. E só após notar-se, assim, tonta e confusa Como a vaidosa sem espelho, ao penteado, Clamará, que algum resgate, então, traduza Seu sinal de fumaça desesperado. Caso prefira, volte!... pois nunca é intrusa, Se a vergonha impedir, mande algo gravado, Sugerindo que a gente reconduza, Nossos destinos, para sempre, lado a lado!