Nem toda história de amor acaba em morte, mas Em Curitiba estes números assustam, pois Quando o inverno chega por aqui Os suicidas de amor se multiplicam por dois Mais um poeta da dor se joga fora do bar Onde a garoa cai guardando suas palavras No piso de pedra do alto da glória para Toda a boemia abraçada rir cantando Nem toda história de amor acaba em morte, mas Em Curitiba estes números assustam, pois Quando o inverno chega por aqui Os suicidas de amor se multiplicam por dois Esta doença de amor não tem remédio, porém Em Curitiba no inverno os bares enchem mais De gente fria esquentando com cachaça Um desejo que no fundo só faz bem de mais Eu mesmo largo mão de tanta hipocrisia Dançando com as mocinhas da cidade que eu não dava valor Em cada esquina mais um santo se agita Ao ler a missa que dionísio saberia de cor Na rua o tom de cinza tenta dar um clima Avermelhado pro curitibano se despir do pudor E a chuva deixa dentro um fogo um cataclista Pulsando um outro sentimento que nos dá calor É a polaca do batel deixando a boca sorrir Falando alto, sem vergonha, pro comboio ouvir Que o esporro vai continuar na sua casa Outra casa cabisbaixa para farra enfeitar Com cores novas A fachada desbotada cheia de lambrequins Um vinho campo largo Pinta os dentes de um infeliz Que agora fala pelos cotovelos que não doem tanto Quanto antes numa época em que o amor doía como Aneurisma ou pontadas na barriga, o amor era uma briga Que batia um coração desajustado, tão cansado de sofrer Por opção Nem toda história de amor acaba em morte, mas Em Curitiba estes números assustam, pois Quando o inverno chega por aqui Os suicidas de amor se multiplicam por dois Mas toda noite do mundo que se preze também Possui no fundo da gaveta um suicida bem do tipo Que não liga tanto para a vida, mas Que para morte nunca deu a mínima