Assoviando esta coplita Na ansiedade do regresso Com a ternura do meu verso Que a alma xucra transborda Saudade do amor perdido Sem nunca ter encontrado A doçura de um afago Porque a estrada dita normas Os escarceios do mouro Como a pedir-me caminho Talvez a falta de um ninho Me deixe mais estradeiro O flete requer querência Potreiros, banhos e aguadas Retoçar nas madrugadas No descanso dos campeiros Invejo a vida do pingo Sem saber qual a razão Na batida de um tição Ajeito cuia e cambona Sorvendo um gole de mate Pra esquentar o meu sonho E sigo a matear tristonho Campeando os sonhos da dona Imagino meu ranchito Com jasmineiros floridos Sabiás de cantos compridos Pras lindas manhãs de maio O mouro de pêlo fino Tranqueando leva esperanças E a linda mãe das crianças Sente saudade se eu saio Com certeza volto logo Larguei a vida de estrada Pros braços da minha amada Retorno cheio de ânsias Avisto de longe um rancho E a linda me espera na frente Fecundando a minha semente Pra nunca mais as distâncias Escuto o ronco do mate E volto a vida real Já passo a mão no buçal Espora, mala e cambona Vou dar de redás no mouro Trocar de rumo o caminho Chega de matear sozinho Vou encontrar minha dona.