Meu cavalo nunca mais foi o mesmo Escorreguei da cela e bati o joelho Seu nome era torresmo Nunca mais me olhei no espelho Minha bicicleta nunca mais foi a mesma Um dia perdi o interesse Atropelei uma família de lesmas Paguei alguém pra que lambesse Meu carro nunca mais foi o mesmo O granizo era maciço, duro e pontudo No decurso das chuvas em julho Me chamavam de sortudo Apesar de tudo Meu barco nunca mais foi o mesmo Uma vez o estacionei num canteiro O diesel corria pelo chão Eu corria atrás de um isqueiro Meu helicóptero nunca mais foi o mesmo Por algum motivo ele atraia morcegos Depois da melhor torta de morcegos Senti certo desapego Meu submarino nunca mais foi o mesmo Levei na minha mala vários tipos de queijo Nauseada, a tripulação nadava Comoção por causa do cheiro Ele agredia Meu jato nunca mais foi o mesmo Uma cortina separava o banheiro Despejando cimento no vaso O seguro ia ficando mais caro Meu dirigível nunca mais foi o mesmo Foram meses decidindo um caminho, um roteiro Depois daquela festa com fumantes O aterrissamos num desmanche Saudade do cavalo torresmo Deslizando sem freio no piso ensopado Mesmo nos tempos sem dinheiro Recusei a oferta do açougueiro Ele insistia