Fiz essa canção pela solidão e a tristeza do palhaço. Eis minha canção pela equilibrista que lá em cima perde o passo. Para a bilheteira que bebe estricnina, pela moça dos balões. Todo o meu amor para o homem-bala atirado nos leões... Fiz essa canção pra contorcionista que padece da coluna Pro engolidor de fogo cheio de bronquite que, no escuro, ainda fuma. Pro ilusionista que se enforcou na estola e viu na cartola o mar... Pro atirador que voltou a faca contra a própria jugular... Bordei essa canção com o paetê que há no lixo onde as glórias renascem... memórias...