Nada como um dia atrás do outro Tenho essa virtude de esperar Eu sou maneira, sou de trato, sou faceira Mas sou flor que não se cheira É melhor se prevenir pra não cair Sou mulher que encara um desacato Se eu não devolver no ato Amanhã pode esperar Estrutura tem meu coração Pra suportar essa implosão Que abalou meus alicerces de mulher Mas a minha construção é forte Sou madeira, sou de morte Faça o vento que fizer Mas a minha construção é forte Sou madeira, sou de morte Faça o vento que fizer Você me procura na hora do almoço Me agarra, me cheira, me deixa à vontade Me traga, me afaga, me aperta o pescoço Depois me abandona na dona saudade Me irrita, me agita, me diz pra esperar Que a hora do lanche não tarda a chegar Eu me desespero por esta recusa Me sinto uma intrusa, mas fico a esperar Quando o telefone me chama, eu atendo É você dizendo que não vem lanchar Que tem compromisso com isso e aquilo Me pede tranquilo pra eu me Guardar pro jantar Aí, é hora de sofrer Lutar pra não morrer De morte tão vulgar Amor, cuidado com o desdém Pois quem tem um não tem Nenhum pra consolar Não vou me perturbar Não entrego os pontos sou dura na queda Você vai ver Vou lhe falar com franqueza Não sei jogar na defesa Não duvida pois essa partida Você vai perder Não vou mudar de figura Atura quem quer se amolar Quem fala a verdade não jura Nem tem medo de errar Eu digo que em mim ninguém monta Sou faca de ponta Querendo espetar Estou sempre comigo e não abro Pode acreditar Estou sempre comigo e não abro Pode acreditar Pra você não me esquecer Nem por outra em meu lugar Pro nosso amor não morrer Pra solidão não entrar Não quero me exibir Nem prometer quinquilharias O brilhante, a prata, o ouro São oferendas fugidias Não sei fazer sorrir Logo depois, fazer chorar Não faço diversão Num coração que eu quero amar Não sei fazer sorrir Logo depois, fazer chorar Não faço diversão Num coração que eu quero amar