Eu, no melhor do meu sono E toca forte o telefone: É o cara outra vez (Olho o relógio: Dez pras três) A voz já pastosa, anunciando a rebordosa Falando escocês (Bebum não fala português). Pede que eu me arrume, batom e perfume Pra ir lhe encontrar (“Aqui neste mesmo lugar”) Neném coitadinho, bebendo sozinho No décimo bar (Ouvindo núbia Lafayete, Odair e Lindomar) Um dia essa mesma carência me levou a paciência Antes do sol raiar (É muito chão pra chegar lá) Vandalizando, esta cidade fui rondando A lhe procurar (Meu Deus, onde é que eu fui parar?) Mas agora já chega: “Etelvina, minha nega Acertei no milhar” (Já nem dá mais pra conversar) Chega de lero, lero, lero, desse papo de bolero Impregnando o celular (Esse pré-pago faz estrago, quero ver quem vai pagar) Meu telefone não é zero-oitocentos Pra queixas de amor (Você não é mais consumidor) E muito menos é pra busca e salvamento De mau bebedor (Cuidado com esse “professor”) Minha escada magirus já tem outro estilo E bem mais extensão (bujão de gás não é fogão) Ex-companheiro, eu não sou mulher-bombeiro Pra encarar essa explosão (eu sou de fácil combustão) Aqui na minha Sou apenas a madrinha Da corporação (eu sou da tropa do sargento, de xangô e jamelão Minha mangueira é verde-rosa não apaga fogo não)