Quem é você pra acorrentar Um só instante Esse meu braço de aço Nas suas correntes de barbante Muito embora eu já venha Tão cansado dos cansaços Minha vida ainda se empenha Em garantir os meus passos Eu sou madeira de lenha Mas pra me queimar Não é qualquer mormaço Quem é você pra acorrentar Um só instante Esse meu braço de aço Nas suas correntes de barbante As paredes do silêncio Ultrapasso com meu grito As montanhas da loucura Eu escalo com a razão Os vendavais da injúria Eu abrando com perdão Pelos mares da mentira A verdade é meu saveiro Pelas solidões da ira O amor é meu companheiro Nos desertos da tristeza Alegria, meu camelo Eu não durmo quando passo Na terra do pesadelo Quem é você pra acorrentar Um só instante Esse meu braço de aço Nas suas correntes de barbante Quando eu fui semeado Nas terras férteis do acaso Quem semeou disse alto Ao me fazer ao seu traço Vai ser madeira de lenha Mas pra se queimar Não é qualquer mormaço Quem é você pra acorrentar Um só instante Esse meu braço de aço Nas suas correntes de barbante