Quadros-verdes das campinas Qual as saias das meninas Girassóis ao Sol Contentes pedras-polidas Surdas ao canto e cantigas: Manhã Discretas formas no ar Borboletas a voar E os primeiros urubus Ah, dia mau Ah, dia mau Será que o meu boi morreu? Será que ele se escondeu? Será que a cobra mordeu? Será que a onça comeu? Nevoeiro de desgraça o silêncio traz Pé na estrada é quase em vão Pingo d’água no sertão Mas sem calo e sem semente não exala a flor na mão Nem chegava homem na Lua Nem no escuro esta canção Que o homem é parte do fruto da cova que fez no chão Botas-foice-espinho bruto Vou em busca do boi fujão Fortes águas nas vertentes Superabundância, enchentes E o ano que vem Pode levar muitas vidas Retirantes nas veredas sem fim Mas a terra é como a mãe Amor por ela se tem Florestas morrem de pé Ah, vou ficar Ah, vou ficar Será que o meu boi morreu? Será que ele se escondeu? Será que a cobra mordeu? Será que a onça comeu? Nevoeiro de desgraça o silêncio traz Pé na estrada é quase em vão Pingo d’água no sertão Mas sem calo e sem semente não exala a flor na mão Nem chegava homem na Lua Nem no escuro esta canção Que o homem é parte do fruto da cova que fez no chão Botas-foice-espinho bruto Vou em busca do boi fujão