Alceu Valença

Pra Clarear

Alceu Valença


Bota fogo na terra (ô José)
Fogo no ar (ô Iaiá)
Fogo na noite (ô José)
Pra clarear
Seja chama e pavio (ô José)
Pra desvendar (ô Iaiá)
Segredos do mundo (ô José)
Pra clarear

Falou Drummond
No Sentimento do Mundo
Se eu me chamasse Raimundo
Não seria a solução
Seria rima
Verso, prosa, poesia
E o mundo não mudaria
Eis aí toda questão

Bota fogo na terra (ô José)
Fogo no ar (ô Iaiá)
Fogo na mente (ô José)
Pra clarear
Seja chama e pavio (ô José)
Pra desvendar (ô Iaiá)
Segredos do mundo (ô José)
Pra clarear

Pra Carlos Prestes
O mundo se resumia
Todo em ideologia
Em massa e revolução
O Cavaleiro montava sua utopia
Não via, não percebia
Como crescia o Japão

Bota fogo na terra (ô José)
Fogo no ar (ô Iaiá)
Fogo na noite (ô José)
Pra clarear
Seja chama e pavio (ô José)
Pra desvendar (ô Iaiá)
Segredos do mundo (ô José)
Pra clarear

Mas bota fogo na terra (ô José)
Fogo no ar (ô Iaiá)
Fogo na noite (ô José)
Pra clarear
Seja chama e pavio (ô José)
Pra desvendar (ô Iaiá)
Os segredos do mundo (ô José)
Pra clarear

Eu que vivi
Com meu peito dividido
Entre a certeza e a dúvida
Entre só ser
E ser não
Sou mais Pessoa
Lembro da Tabacaria
Sem a vã filosofia
Sem resposta nem questão

Bota fogo na terra (ô José)
Fogo no ar (ô Iaiá)
Fogo na noite (ô José)
Pra clarear
Seja chama e pavio (ô José)
Pra desvendar (ô Iaiá)
Segredos do mundo (ô José)
Pra clarear

Mas bota fogo na terra (ô José)
Fogo no ar (ô Iaiá)
Fogo na noite (ô José)
Pra clarear
Seja chama e pavio (ô José)
Pra desvendar (ô Iaiá)
Os segredos do mundo (ô José)
Pra clarear

Clareia, Sivuca!