Pensei que o som era um barato Eu quis tocar em rádio pra chamar de profissão Fiz coco, funk, maracatu Samba bom de fato Mas nem deu pro macarrão O Lucas diz que eu sou talento Porta voz do vento que não me emancipou Querendo propagar a arte A cada conta infarte de um boleto que atrasou Se é beat que 'cês' quer 'cês' toma Gomorra e Sodoma foi o Deus que se vingou Do som que nunca foi ouvido Eu posso ser vendido Quanto que cê' me paga, amor? Eu posso parecer bem místico falando em mágica e cartas de tarô Mas que não invalida a crença quando eu peço bença pelas mãos de meu avô A bica do quintal mangueira Caixa da água velha No radinho o futebol Domingo quente a panela No aconchego dela Pó descolorante e Sol Quando quebrarei a barreira do som? Quando colherei os frutos do chão? Quero saber Quando muda? Quando troca? Quem poderá responder?