Início do fim será que é o fim? Andando pelas ruas já da pra sentir O caos tá instalado, tá indo pelo ralo, minutos a seguir segue o desabafo Amigos se perdendo, laços se desfazendo, brigas e intrigas a todo momento Falando de política, já vem uma briga, a falta de comida aumenta a intriga No chão escorre a vida, caído na esquina, mais um que se afundou na droga e na bebida Enquanto isso em cima passa a criancinha, aquela cena mudaria sua vida A mãe olha da porta, tá ventando lá fora, o filho chega sujo, tá vindo da escola Hoje não tem aula, o ódio tá na alma, agora é vigança, só esperar a hora Vizinhos vêm olhando, PM aproximando, esperando ajuda, família agonizando Só mais um caso de beco de favela, todo momento acontece alguma cena Naquele mesmo dia a tia da cozinha, antes de trabalhar dispensou a criancinha Apenas de um mês, no prédio do burguês, a empregada olhando fingindo que não vê Enquanto isso o pai de folga com seu filho, no quarto é consumado o porquê do suicídio Sem aguentar a dor, só ódio e rancor, pulando de uma ponte o segredo ele guardou A filha se cortando, nos cantos se sangrando, achando o escape no escape escapando Dentro do cemitério, drogas e muito sexo, a alma já entregue, vivendo um inferno O mano do outro lado, catando papelão, saindo do seu corpo, os vermes caem no chão O morador de rua, morto foi encontrado, no corpo a evidencia de que foi espancado Fumando uma pedra, um ex-presidiário, sem oportunidade, mais um vapor do tráfico Contando seu passado pra um evangelista, falando o motivo que entrou nessa vida Ouvindo atentamente, não da pra acreditar, ensino superior tinha aquele rapaz Aos vícios se entregou, a dor amenizou, agora sobrevive esperando o redentor Raciocínio consciente, lucão na voz, hã, hã