Ele sujava a palavra amor E entre aspas vivia sua vida Pelo canteiros onde andava nem se apercebia Do azedo que espalhava Ela adoçava e também cuspia Os olhos de quem o amava E vomitava versos que falavam de um amor Que nem sentia Ele pegava as estrelas E lhe armava um chão E lambuzava promessas Com loucas ideias, palavras tão vãs Fazia de sua rua, ruela estreita Para que o outro o esbarrasse E tinha os olhos doces feito amêndoas Sem ter-se ainda o tempo de colheita Aliciava as chuvas a que molhassem Os degraus dos olhos de quem o amava E subornava as noites E acolchoava de nuvens o leito por onde dormiam