Espontânea, toda palavra inflama; todo amor dispersa. Estrela das noites mais errantes, cor de brilhos distantes e ilusão ímpar. Olhos de vento-sul, lábios cerrados, Manhã que roda insone contra o tempo. Céu azul, caminhos cortados, Roda-viva de tantos gestos trocados. Por que negas o tempo se são mais claros teus olhos quando choras? Se toda dor é tão mais sincera quando vais embora. Por que danças sozinha no escuro que deixam as horas Ao passarem por sobre a noite, o amor que demora? Vento-sul roça leve, Vento-sul corta a tarde, Vento-sul sopra longe, Vento-sul varre o cais. E se eu for, quando partirás? E depois? Quão longe me esperas? Qual final teus lábios esperam? Trazes, vento-sul, minha dor