Pela saída que tem da vadiagem Alguém chamou-lhe Zé passarinho Fala em verso e as mulheres Ao fim de duas colheres, leva-as de bico pró ninho! Sabe os fados do Alfredo Rima que até mete medo, nesta função é doutor Tem uns tiques de fadista Mão no bolso, lenço e risca Baixem a luz por favor Uma triste noite ao frio Cantava-se ao desafio para aquecer as paixões Quando um estranho se levanta Pra mostrar como se canta faz-se à rosa dos limões Ai O povo ficou sentido Com aquele destemido Hás de morrer engasgado Palavra puxa palavra Desata tudo à chapada Com o posto ali ao lado Nem foi preciso a carrinha Tudo na sua perninha Numa linda procissão Das perguntas com carinho Ficou preso o passarinho Só para investigação Ai Nasce o dia atrás da Sé E ninguém arreda pé nem por dó nem por esmola O povo ficou sentado para ouvir cantar o fado Passarinho na gaiola! Nasce o dia atrás da Sé E ninguém arreda pé nem por dó nem por esmola O povo ficou sentado para ouvir cantar o fado Passarinho na gaiola!