Ala pucha fechou o tempo Lá pras bandas do ponte Tá se armando um temporal Deste lado não desmente O poncho é minha guarida Serventia do arreio Trago amarrado nos tentos Enfrento a chuva e o vento De pingo alçado no freio Bateu o vento deitando a grama Fazendo a cama pra chuva deitar A nuvem negra engoliu a coxilha E a tarde andarilha não quis esperar Chegou à noite veio de carancho Eu longe do rancho em baixo de um capão A rinconada junto à boiada Ronco o lajeado que não deu cruzada Me deu uma saudade do fogo de chão O aguaceiro não deu trégua E a noite grande padece Num guascaço de um corisco No susto rezo uma prece Parece que o pai celestial Me escutou naquela hora Num repente a calmaria Já vinha raiando o dia E eu tinha que ir embora Simbora meu pingo baixo o lajeado Que nem touro alçado dono do rodeio A galopito batendo chicaca Igual couro ilhapa num laço campeiro Bolhei a perna na porta do rancho Pendurei no gancho o poncho encharcado Larguei o zaino solto no potreiro Atiçando as brasas acendi um palheiro Pra aquecer o peito um mate bem cevado Simbora meu pingo baixo o lajeado Que nem touro alçado dono do rodeio A galopito batendo chicaca Igual couro ilhapa num laço campeiro Bolhei a perna na porta do rancho Pendurei no gancho o poncho encharcado Larguei o zaino solto no potreiro Atiçando as brasas acendi um palheiro Pra aquecer o peito um mate bem cevado