Atenção, notícia urgentíssima da Agência UPI Acaba de desembarcar no aeroporto internacional do Galeão O famoso pintor Marcel Duchamp Ele se encontra entre nós 1, 2, 3, 4 Monsieur Duchamp Objeto vê o jogo de xadrez Nu, descendo as escadas da vanguarda Você aí, passageiro do cosmos Argonauta do futuro, qualé a transa? Monsieur Duchamp Vidro quebrado, vidro furado Jogo de dados, não perturba o acaso Você aí, leãozinho do subúrbio Meia esquerda do bangu, qualé a transa? Monsieur Duchamp Mar vermelho, canhão do inferno, lugar de águias, velho mail pelo correio Mas o que eu quero é só saber O nu desce as escadas, eu vou de elevador Aposto na roleta do destino Não acredito no mito feminino A metáfora eu passo no pão Mergulho no café com leite, no café da manhã Roda de bicicleta ou sacarrolhas Gioconda de bigodes Não quer saber de fricotes Abriu a janela, entrou o sol Tirou de baixo da cama o urinou Você aí, miss Brasil ano 2000 Bottomless e topless, qualé a transa? Monsieur Duchamp Máquina de Eros, dádiva de Reduziu meu gosto pessoal a zero (Não sei mais o que quero) É a Via Láctea, o domínio da noiva Não me enche o saco Só quero procurar o mistério original Dentro de uma caixa vazia Você aí, presidente da nação Diga de todo coração, qualé a transa? Monsieur Duchamp Maquinista da gravidade 40 anos de idade, o vigilante se perdeu No moinho de chocolate Vidro cortando a espontaneidade do abacate Pintor, muito louco, chegou ao Rio de Janeiro No Museu de Arte Moderna, achou tudo velho Só gostou foi do banheiro Você aí, poeta maldito Sem teto e sem chão, qualé a transa? Monsieur Duchamp Duchamp é um clown É um palhaço inventor, auto automobilina A gasolina é erótica Movimenta a cabeça, movimenta o clown Duchamp Duchamp Duchamp Duchamp Duchamp Duchamp Duchamp Duchamp Duchamp Duchamp Duchamp Duchamp Duchamp Duchamp Duchamp Duchamp Duchamp Duchamp Faz um bem e não faz mal