[Lil lucky] Dor choro no interno É 4 anos no inferno Não seriam 80 tiros Se fosse um branco rico de terno Preto sente na pele Não é drama pique adele Na lama pique mariana Que denuncia e vira marielle Eles se dizem de verdade Igual a TV e a veracidade Gente morrendo na periferia Eles preferem ver a cidade Hipocrisia manda saudade Luta pela igualdade Paga 2 mil de cursinho Pra entrar na faculdade Esse é meu truque Então não me troque por lucro Já que no mercado vale menos se O anúncio for escuro Se de preto só tem o terno Vai pro holofote Caso contrário Mão na cabeça de frente pro muro O sistema curte gente esclarecida Só se for no tom de pele Então entenda por favor Que ela é morena gata da cor do pecado Uns tons mais escuros um moletom E vira a cor do pecador Eu sou sol, eu sou céu Eu suspeito Trazendo marcas no peito Porque a vida gosta Que dependendo do contexto A marca é um jacaré no peito Dependendo é três furos de bala nas costas Quando eu era pequeno Eu me perdia no mercado E procurava o segurança Na busca de ser achado É, o passado é engraçado Hoje eu fujo do segurança com medo Dele me mata enforcado Meu medo é fazer o rap que qualquer um faria Com base na desigualdade da TV Já que é pra falar de vivência eu vi a dor Apoio em ausência o suficiente pra dizer Vocês com a passagem pra gringa Eles com passagem na polícia Vocês com seguro de vida Eles tentando não morrer Você comendo salgadinho no avião pra Disney Eles virando aviãozinho Pra ter o que comer Se eles são claros e cleptomaníacos Eu na minha melanina sou ladrão Me diz por que? Lembre-se de proerd em proerd A fome é curso que te incentiva vender Até quando a gente ganha a gente perde A maioria é branca A entrada é paga E as vítimas onde? Esse rap é pra quem não pode pagar pra estar aqui E a desigualdade nem mora tão longe [Francklean] Nas ruas de terra Que eu aprendi Amigos meus Sonhavam em estar aqui O choque a revolta É de toda cor Vocês não entendem Nunca dão valor Lá tem uns fazendo Fumaça em sonho Vi vários tornando Sonhos em fumaça Diversos carimbos No seu passaporte E nem vem me dizer Que isso foi sorte O crime e a rua vão te acolher Opção do moleque Sem videogame Se sacrificou pra ter o que comer em casa Na selva de pedra a favela é a caça Quem não tem grana Nunca tem sorte Uma bala me encontra Sangro até a morte Mais um dia de luto Mais um no caixão Só assim pra eu chegar na televisão Ele morreu sem razão Bem distante dela Era pobre, era suspeito E tava subindo a viela Justiça foi baleada E viciou em cocaína No jornal já falta ideia Pra manchete de chacina Se preocupar porque Pra vocês tanto faz Passou da portaria Está decretada a paz A cabeça até confusa A mente, desabrigada Ver esses filhos de papai Pagando de quebrada Se eles vivessem lá Nem teriam um nome Iam ver que a maçã do iPhone Não mata a fome Falou do ativismo Twittou a revolta Mas ignorou o mundo À sua volta Infância no trauma No pescoço o cerol Mas o que importa é o outfit E os “dól “ Os ternos, gravata Só roupa de gala Mandando vários Humilde pra vala Começa a guerra Ato memorável Pra eles o povo é um gasto dispensável Realidade dói A verdade tormenta Plantaram o egoísmo Então agora aguenta