Bodega gaúcha da minha querência Sem ter concorrência a todos atrai De portas abertas ranchito faceiro Onde o dia inteiro é um entra e sai Prateleiras grandes balcões de madeira E uma paineira sombreando o terreiro Com cancha de bocha para o chamarisco Onde o mais arrisco arrisca um cruzeiro Bodega gaúcha do trago e do fumo Aonde um exumo de tudo se encontra Bombacha, chapéu, sabonete e fitas Guaiacas bonitas de couro de lontras É lá que o gaúcho compra o alimento Para o sustento do seu dia a dia Onde a peonada montada nos pingos Chegam as domingos com muita alegria Bodega gaúcha sortida de fato Camisa, estrato, melado e vinho Escova, espelho, pinto e brilhantina É lá que se empina um gostoso traguinho Não a neste pago nem um ser vivente Que ao passar em frente não chegue ligeiro Pelo simples gosto, prazer de chegar Disfarça comprar uma pedra pro isqueiro Tem jogo de truco tem roda de pinho Aonde os vizinhos se acampa contar Em dias de chuva algum causo longo Enquanto o Porongo corre sem parrar Em nome do povo a Deus poderoso Num gesto bondoso eu venho pedir Que faça no céu onde a gente sossega Uma baita bodega pra nos se reunir