Adriana Calcanhotto

Morro Dois Irmãos

Adriana Calcanhotto


Dois Irmãos, quando vai alta a madrugada 
E a teus pés vão-se encostar os instrumentos 
Aprendi a respeitar tua prumada 
E desconfiar do teu silêncio 
Penso ouvir a pulsação atravessada 
Do que foi e o que será noutra existência 
E assim como se a rocha dilatada 
Fosse uma concentração de tempos 
E assim como se o ritmo do nada 
Fosse, sim, todos os ritmos por dentro 
Ou, então, como uma música parada 
Sobre uma montanha em movimento